Dos 8.513.497 habitantes do Pará, 1.345.215 pessoas vivem atualmente em extrema pobreza no Estado, com renda mensal per capita de até R$ 85, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Preocupada com essa imensa parcela da população que vive às margens da sociedade, a Diretoria de Responsabilidade Social do Paysandu Sport Club vai executar, a partir de janeiro do ano que vem, uma grande ação que oferece lazer e entretenimento a torcedores hipossuficientes - cidadãos que não possuem condição financeira necessária para se sustentar.
Idealizado pelo vice-presidente de Gestão do clube, Ricardo Gluck Paul, o projeto foi batizado de “Paysandu, Alegria do Povo”, o mesmo nome de uma música escrita e composta por Pires Cavalcante, autor da tradicional marchinha “Uma listra branca, outra lista azul”, que deixou a Fiel de luto há dois meses. A iniciativa de inclusão social vai permitir que até 500 bicolores assistam de graça a jogos do time de futebol profissional como mandante ao longo de toda a temporada 2019. Os apayxonados serão selecionados por 40 estudantes da Universidade da Amazônia (Unama), que possui um Núcleo de Responsabilidade Social, que é parceiro do clube. O cadastramento será feito na próxima sexta-feira (30), das 8h às 14h, no campus da instituição localizado na avenida Alcindo Cacela, auditório D 200.
"O projeto tem a finalidade de atender aos torcedores do Paysandu que por situações adversas da vida estão desempregados, em condições financeiras precárias. O clube vai cadastrar em um primeiro momento cerca de 500 pessoas, mas a meta é chegar a mil. Será feita uma avaliação na casa dessas pessoas pelos alunos do sexto ano do curso de Serviço Social da Unama", antecipou a diretora de Responsabilidade Social, Ieda Almeida.
Por partida, pelo menos 200 apayxonados não vão pagar ingresso
De acordo com o apelo da partida e a carga de ingressos disponível, de 200 a 500 torcedores vão ver o Papão jogar sem pagar nada. "Essas pessoas vão participar de uma espécie de rodízio. Nós não vamos cadastrar, por exemplo, 200 pessoas e essas mesmas 200 pessoas irão a todos os jogos, não. Pretendemos cadastrar mil pessoas, para que a gente possa contemplar mais torcedores. No primeiro jogo, a gente beneficia 200, no segundo 300, depois 500 e por aí vai", detalha a dirigente.
Para ter acesso ao estádio, os cadastrados vão receber uma carteirinha personalizada, semelhante a do programa Sócio Bicolor. "Eles não ganharão ingresso, vão entrar com uma carteirinha que será intransferível. Depois nós iremos fazer esse cadastro todo através de biometria", detalhou Ieda Almeida.
A Fiel sempre apoia o Paysandu, independente da situação do time
O novo projeto da Diretoria de Responsabilidade Social do Paysandu já estará em vigor a partir do primeiro jogo em casa da equipe na temporada 2019. "Temos outras ideias também de firmar um contrato, por exemplo, com a Secretaria Municipal de Educação, para levar um grupo de crianças de escola pública uma vez por mês ao estádio para assistir a um jogo", encerrou Ieda Almeida.
Já Ricardo Gluck Paul, que é candidato único ao cargo de presidente do clube nas eleições desta quarta-feira (28), ressaltou que que o Papão é de todos os públicos. “Nós precisamos nos reaproximar da nossa torcida. Historicamente, o Paysandu sempre foi conhecido como o time do povo e isso não pode se perder. Precisamos trazer todos os torcedores para dentro do clube, queremos que eles participem de experiências e viva o clube, se sinta em casa em qualquer patrimônio do clube, seja na Curuzu, na Sede Social, na Sede Náutica, enfim. O Paysandu é da torcida, o Paysandu é o time do povo e nós vamos fortalecer nossa identidade”, destacou.